Foi enterrado, no fim da tarde desta terça-feira (19/09), o adolescente Douglas Souza Braga, de 15 anos, que morreu depois de ficar quase do...
Foi enterrado, no fim da tarde desta terça-feira (19/09), o adolescente Douglas Souza Braga, de 15 anos, que morreu depois de ficar quase dois meses internado após ficar tetraplégico durante um treinamento de jiu-jitsu. A cerimônia aconteceu no Cemitério de Japeri, na Baixada Fluminense.
O pai do jovem, Isaías Braga, de 50 anos, afirmou que o falecimento do filho deixou todos abalados. “Meu filho era cheio de vida. A família toda está sofrendo. É uma perda muito grande", desabafou o motorista.
Cerca de 100 pessoas, incluindo familiares e amigos, estiveram presentes na cerimônia vestindo roupas pretas. Segundo o pai de Douglas, o filho estava se preparando para ir para um colégio militar, além de ter outros sonhos, quando a fatalidade aconteceu.
"Tinha apenas 15 anos. Cheio de planos para lutar e viver. Estava se preparando para ir para o colégio militar. Todo mundo está nesse sofrimento. Todo mundo gostava dele. Era um garoto exemplar", contou emocionado.
Isaías ainda contou que passou a tarde da última segunda-feira (18/09), dia em que o filho faleceu, ao lado de Douglas. Segundo ele, o jovem começou a sentir uma dor e pediu que sua fisioterapeuta fosse chamada, mas ela não estava no Hospital Geral de Nova Iguaçu, onde o atleta estava internado. O motorista destacou que chegou a chamar outros médicos, mas que demoraram a realizar o atendimento, pois estavam com outros pacientes.
"Meu filho sofreu muito. Ficou um mês e 22 dias lá. Ele estava com várias complicações. Meu filho falava direitinho, mas ele começou a ter infecções. Até falei com a médica 'a barriga dele está inchada'. Acontece que é muito paciente, pouco técnico e pouco médico. Ele sofreu muito", completou.
Douglas morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do HGNI. Segundo a Prefeitura de Nova Iguaçu, o jovem estava em estado grave, com complicações clínicas e neurológicas. As equipes médicas fizeram manobras de reanimação, mas ele não resistiu.
Suzane Santos, mãe de Douglas, disse que vai cobrar da Polícia Civil o andamento das investigações para ter Justiça. Ela alega que um menino mais velho e com maior porte físico deu um golpe brusco no adolescente em um treinamento no Centro de Treinamento (CT) Renan Teodoro, em Japeri, no dia 26 de julho, o que gerou a lesão que o deixou tetraplégico. O treino teria sido realizado sem supervisão de um professor, já que no dia estava acontecendo um aulão.
O caso está sendo investigado pela 63ª DP (Japeri). A Polícia Civil informou, nesta terça (19), que os agentes irão ouvir novamente o professor de jiu-jitsu de Douglas e que analisarão os laudos periciais sobre a morte do menino.
Procurada sobre o assunto, o CT Renan Teodoro disse que recebeu a notícia do falecimento do aluno com "profundo pesar e tristeza". Em nota, a academia destacou que o ocorrido com o jovem foi uma fatalidade, tendo em vista que todos os treinos são supervisionados e feitos seguindo todas as regras de segurança.
Quanto ao aluno que treinava com o adolescente, o CT afirmou que ele se encontra suspenso em respeito aos pais e para preservação da integridade dele e todos ao seu redor. "Nesse momento nos solidarizamos com a família e respeitamos a sua dor", finalizou a nota.
Por Notícias de Japeri
Foto: Fred Vidal / Agência O Dia
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