A Prefeitura de Japeri, através da Secretaria Municipal de Assistência Social e Trabalho, por meio do Centro de Referência Especializado de ...
A Prefeitura de Japeri, através da Secretaria Municipal de Assistência Social e Trabalho, por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, via Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) e as Secretarias Municipais de Segurança e Defesa Civil, vem realizando o Serviço de Abordagem Social na Praça Vereador Wendel Coelho.
O Serviço de Abordagem Social é uma ação socioassistencial contínua de busca ativa, na qual a equipe identifica famílias ou indivíduos em situação de violação de direitos ou risco social. As principais intervenções da equipe técnica incluem a identificação e aproximação, escuta qualificada, construção de vínculo de confiança e mediação do acesso à rede de proteção social.
Durante as intervenções, a equipe técnica identificou que muitos usuários encontram-se em situação de rua, mas possuem residências fixas no município, não sendo caracterizados como moradores de rua. É importante diferenciar os conceitos: pessoas em situação de rua são aquelas que passam as noites dormindo nas ruas, sob marquises, em praças, embaixo de viadutos e pontes, ou em locais degradados como prédios e casas abandonadas, com pouca ou nenhuma higiene. Já moradores de rua formam um grupo heterogêneo de pessoas que não possuem moradia fixa, com vínculos familiares interrompidos ou fragilizados.
A principal demanda social identificada pela equipe técnica foi o uso abusivo de álcool, com alguns usuários apresentando histórico de uso abusivo de substâncias psicoativas. A resistência de alguns usuários dificultou o processo de criação de vínculo, que é contínuo. Nesta terça (03), foram realizados 11 atendimentos sociais, com três encaminhamentos e adesões ao CAPS.
O subsecretário de Segurança, Edeilson Pereira, destacou a importância de identificar e tratar as pessoas em condição de rua, fornecendo a assistência necessária para devolver dignidade. "É importante realizar um mapeamento da quantidade de pessoas vivendo nas ruas para que também saibamos como agir de forma organizada para manter os ambientes seguros para todos", disse Edeilson.
Tatiana Soares, subsecretária de Atenção à Saúde, detalhou que os assistidos recebem atendimento médico, alimentação e um espaço para higienização pessoal tanto no CAPS como no CREAS. Além disso, recebem roupas e atendimento médico e psicológico. "Tentamos convencer as pessoas a aderirem ao tratamento e ter acesso aos seus direitos. Aqueles que aceitarem terão acompanhamento contínuo, pois no CAPS, podem participar de diversas atividades como reuniões e oficinas terapêuticas. O objetivo da ação, iniciada recentemente, é expandir para diversos bairros em horários diferentes", afirmou a subsecretária. "O CAPS funciona como uma ‘porta aberta’, acolhendo aqueles que desejam sair da rua. Devemos conquistar a confiança deles, mostrando que estão sendo bem tratados. É um trabalho que demanda tempo, feito de forma gradual e paciente", finalizou Tatiana.
A Coordenadora Geral da Proteção Social Especial, Natassia Ferreira, destacou que é essencial compreender, enquanto Política Pública de Assistência Social, que este trabalho deve ser realizado de maneira contínua para construir vínculos de confiança e atender as necessidades imediatas, garantindo o acesso aos serviços socioassistenciais. "O trabalho desenvolvido através do Serviço de Abordagem Social é o que garante os direitos sociais das pessoas em situação de rua. Este serviço, tipificado na Política Pública de Assistência Social, não é uma ação paliativa, mas de caráter continuado, com uma equipe específica para este atendimento", disse Natassia.
Segundo ela, entender as causas que levam as pessoas a estarem em situação de rua, muitas vezes ligadas a questões emocionais e ao uso abusivo de substâncias psicoativas, é fundamental. O CREAS oferece suporte em diversas áreas, incluindo atendimento psicológico, social e jurídico, e espaço para higienização pessoal.
Para Carlos Augusto de Souza Leite, psiquiatra do CAPS, é muito importante disponibilizar o acesso a tratamento como é feito na unidade com uma equipe de acolhimento, com psicólogos, assistentes sociais, técnicos de enfermagem, enfermeiros e psiquiatra. "O paciente passa por uma triagem para saber se realmente é necessário tratamento pelo CAPS, muitos deles são vistos como problemáticos, mas com acompanhamento adequado, se tornam mais estáveis e integrados à sociedade. Precisamos acabar com o preconceito, pois esses pacientes demandam mais atenção", afirmou. Leite também explicou que cada paciente recebe um plano terapêutico individualizado para tratar sintomas relacionados à saúde mental.
Marilza Amorim de Lima, uma das professoras oficineiras da unidade do CAPS, comentou sobre o impacto positivo das oficinas. "Aqui, eles descobrem talentos, fazem amigos e se reintegram à sociedade. Mostramos que eles são capazes e podem viver em um mundo muito maior do que estão acostumados", disse Marilza.
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